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A atuação e as conquistas salariais e de carreira da ADUFSCar / PROIFES

 

É importante, com relação ao tema carreiras e salários, apresentar um resumo da situação vigente uma década atrás, posto que os professores contratados mais recentemente não a vivenciaram.

As ‘gratificações’ constituíam a maior parte da nossa remuneração. O ‘vencimento básico’ era baixíssimo – um enorme risco, já que esse é, pela Constituição Federal, o único valor que não pode ser rebaixado.

A carreira (até abr/2006) gerava severas distorções: um docente, após progredir por 6 anos até adjunto 4, aí ficava travado até por 20 anos.

O maior salário possível para a imensa maioria era o de adjunto 4, já que para se chegar a titular era preciso existir vaga.

Apresentamos abaixo o que foi conquistado no período 2006 - 2015 pelo PROIFES (e também pela ADUFSCar, que participou ativamente da direção da Federação), única entidade a assinar todos os acordos:

 

  • Criação, em 2006, da classe de professor associado, permitindo progredir na carreira, em vez da anterior estagnação – isso tornou possível dar um ‘salto’ salarial de adjunto 4 para associado 1: 25%;

  • Elevação progressiva dos incentivos à titulação, durante o período;

  • Extinção de todas as gratificações e sua incorporação ao Vencimento Básico;

  • Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas, válida para os ingressantes até dez/2003, já que os demais foram atingidos pela ‘Reforma da Previdência’ havida em 2003 (antes da fundação do PROIFES, portanto);

  • Extensão das conquistas obtidas para a carreira do Magistério Superior (MS) à carreira do Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), com equiparação estrutural e remuneratória;

  • Criação, em 2012, da classe de professor titular, permitindo que o docente possa alcançar o topo da carreira por mérito acadêmico, sem ficar na dependência da existência de vaga, como anteriormente. Além disso, ao passar para titular, o docente tem, em relação ao salário do associado 4, um acréscimo de 10%;

  • Reposição salarial acima da inflação: temos hoje o maior poder aquisitivo em duas décadas. O salário do adjunto 4, doutor (em regime de dedicação exclusiva), por exemplo, subiu 15%, em valores reais, entre setembro de 2004 (fundação do PROIFES) e agosto de 2017.

É preciso agregar a esse fato o seguinte:

  1. o adjunto 4 pode hoje progredir para associado 1 (25% a mais no salário);

  2. a partir daí, tem a possibilidade de chegar, em 6 anos mais, a associado 4 (12% a mais no salário);

  3. e, por último, em outros 2 anos, pode chegar a titular (10% a mais no salário).

Resumo:

 

Um docente que em set/2004 (fundação do PROIFES) só chegava a adjunto 4 pode hoje, ago/2017, alcançar a classe de titular, ganhando 77% a mais, em termos reais.

 

PS: Estão incluídos no gráfico os reajustes de 5,5% (agosto de 2016) e de 5% (janeiro de 207. O deflator utilizado: índice do DIEESE)

Os benefícios gerados para os docentes da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico são ainda maiores, porque, até 2008, professores com cargo equivalente e a mesma titulação e regime de trabalho recebiam 25% a menos que seus colegas do Magistério Superior.

O gráfico que se segue mostra a trajetória dos salários dos docentes da carreira do Magistério Superior (MS) antes da fundação do PROIFES e, também, o que teria acontecido se o PROIFES não existisse (valores em reais de agosto de 2017 – deflação pelo Índice do DIEESE).

A linha cinzenta, interrompida por um trecho em vermelho, ilustra:

1) o que aconteceu com os salários do adjunto 4, doutor, dedicação exclusiva (DE) entre jan/1995 e set/2004, quando foi fundado o PROIFES – o declínio é brutal, interrompido apenas no período 1998/2000, curto período em que a ANDES foi dirigida pela oposição à tendência hegemônica; e

2) o que teria acontecido se o PROIFES não existisse: o único acordo assinado seria o de 2012 (reajuste de 4%), e o adjunto 4, doutor, DE, receberia hoje menos de R$ 6.000,00.

A linha azul representa a evolução do salário do adjunto 4, doutor, DE, a partir da fundação do PROIFES e como decorrência dos acordos assinados – o valor desse salário hoje (ago/2017) é R$ 12.512,00 e, em fins de 2004, era levemente inferior a R$ 11.000,00: um aumento real de quase 15%.

A linha laranja, por último, torno explícito o extraordinário horizonte que se abriu para os professores de IFES, antes estagnados, com:

1) a criação da classe de associado, fruto exclusivo de negociação do PROIFES*; e

2) a possibilidade de progressão para a nova classe de titular (idem), agora interna à carreira.

 

 

Note-se, pois, que se dependesse da ANDES o topo da carreira seria o adjunto 4.

*O ‘Comunicado 24’ do CNG-ANDES publicou uma ‘Carta aos docentes das IFES, às entidades sindicais e aos movimentos sociais’: “ Há 50 dias, 37 IFES mantêm-se em greve por salários que dignifiquem o trabalho docente (...) Em reunião realizada no MEC no dia 30 de setembro de 2005 (...) o governo apresentou uma primeira proposta (...) ignorando praticamente a totalidade dos pontos da pauta enviada pelo movimento. O MEC propõe o aumento de 50% nos percentuais de titulação e a criação da classe de professor associado com percentual de 10% entre as classes de Adjunto IV e Titular(...). Em resposta à proposta do governo, em 7 de outubro o ANDES-SN protocolou a Carta 315/05, dirigida ao Exmo. Sr. Ministro de Estado da Educação, Fernando Haddad, (...) em que informou a Sua Exª que as assembleias rejeitaram por unanimidade a proposta oficializada (...)”. Maiores detalhes podem ser encontrados em www.andes.org.br/secretaria/manual/download/temporario/.../Comunicado%2024.doc

Na sequência, mostramos gráfico que detalha a linha azul acima, onde se vê pormenorizadamente a evolução dos salários do professor adjunto 4, doutor, DE, a partir da fundação do PROIFES.

Por último, acompanhe a trajetória dos salários de um professor doutor que, tendo alcançado a classe/nível de adjunto 4 em jan/95, pôde, 11 anos depois, em 2006, sair da estagnação, progredindo para associado e, depois, para titular, que se tornou acessível ao se transformar também em uma classe na carreira.

Esses dados comprovam, de forma inequívoca, os ganhos salariais e de carreira obtidos pelos professores de Universidades e Institutos Federais, fruto da criação e da atuação do PROIFES, apoiado pela ADUFSCar, uma de suas fundadoras.

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