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Autonomia em relação a partidos políticos:  condição essencial para a efetiva defesa dos interesses dos docentes

Reafirmamos o que consta do programa da gestão 2015-17: a defesa da Autonomia, que nos levou, 12 anos atrás, a nos afastar da ANDES, entidade que, há quase duas décadas, foi instrumentalizada por partidos políticos, abandonando sua importante trajetória anterior. Aqui não vai nenhuma crítica àqueles dirigentes sindicais que tenham optado por se filiar a partidos políticos, quaisquer que sejam eles, o que faz parte do exercício de um direito fundamental de cidadania. Criticamos sim a transfiguração de radicalidade (no sentido de irmos à raiz das questões) em sectarismo. Sindicatos devem ser autônomos, buscando defender os interesses da categoria que representam e não projetos de poder submetidos a partidos políticos. A ANDES levou ao extremo sua oposição sistemática a governos e sua tática de propor greves permanentes e infindáveis, com o objetivo de enfraquecê-los, em detrimento da conquista de vitórias em temas e reivindicações específicas importantes para os docentes.

Nós, da Chapa 1, ao defender a autonomia do sindicato não estamos afirmando uma pseudo-neutralidade na política – ao contrário, a política é essencial ao jogo democrático, a alternativa a ela é o fascismo. Mas o sindicato não é uma correia de transmissão de um partido, qualquer que seja. Do contrário perde legitimidade, se esvazia e definha. Por defender a autonomia sindical as diretorias anteriores do sindicato militaram pela criação de uma Federação, o PROIFES. Com o apoio da imensa maioria dos docentes, expresso em amplas consultas abertas a todos, a ADUFSCar filiou-se ao PROIFES, Federação, que congrega hoje um conjunto expressivo de sindicatos locais independentes – política, financeira e administrativamente – da entidade nacional. A Diretoria do PROIFES, assim, é composta por docentes indicados pelos sindicatos filiados – um por sindicato – de forma que a direção dessa Federação, integrada pelo conjunto de todos os indicados, é composta verdadeiramente pela base, sem a constituição de ‘chapa nacional’, montada ‘de cima para baixo’, e muitas vezes afinada com alguma orientação partidária.

E, como todos sabem, a postura firme nas negociações com os governos anteriores, tomadas a sério pelo PROIFES, permitiu a construção de uma carreira docente digna, com ganhos salariais importantes – carreira essa que será, nestes tempos difíceis, um sustentáculo para a travessia da tormenta.

 

A Chapa 1 defende as lutas por salários, carreiras e condições de trabalho, inserida no necessário debate sobre o cenário político, econômico e social em que essas lutas se travam.

 

A ADUFSCar tem discutido muitos temas vinculados aos grandes temas que afetam o País e, em particular, a educação, com ênfase nas questões que dizem respeito diretamente às Universidades e Institutos Federais.

A atuação da entidade tem sido intensa – internacional, nacional e localmente.

No plano mundial, a ADUFSCar, via PROIFES, tem participado ativamente da luta contra a privatização da educação, no âmbito de projeto da Internacional de Educação (na qual atua desde 2009), contribuindo decisivamente para a formulação do Plano Regional das entidades representativas de docentes na América Latina para contraposição à mercantilização da educação no nosso continente.

Em 2016, a partir dos seguidos ataques do governo Temer à educação, o PROIFES (ao qual a ADUFSCar é filiada) foi co-fundador do Comitê Nacional em Defesa da Educação, composto por muitas entidades; o Comitê tem sido um dos coordenadores nacionais das lutas contra as propostas de reformas, projetos de lei e emendas constitucionais, que são de conhecimento geral.

Já localmente – nos municípios onde representa os docentes da UFSCar e do IFSP – a ADUFSCar tem atuado incessantemente, muitas vezes em conjunto com outras entidades da comunidade universitária e da sociedade civil, em panfletagens, mobilizações, manifestações, atos públicos e passeatas, participando (após aprovação nas suas instâncias) das greves gerais convocadas pelas Centrais Sindicais.

Assim é que a ADUFSCar, nos últimos 2 anos, debateu, para além das importantíssimas questões relativas a salários, carreiras e condições de trabalho dos docentes, os seguintes temas, dentre outros:

Assédio Moral; Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio; Escola sem Partido e Sistema Nacional de Educação; Fórum Nacional de Educação; Plano Nacional de Educação; Privatização da Educação; Questões de Gênero, Raça, Etnia e Sexualidades; Ajuste Fiscal; Auditoria da Dívida Pública; Financiamento: áreas sociais e Educação; Poder da Imprensa; Reforma da Previdência; Reforma Política; Reforma Trabalhista e Reforma Tributária.

 

A Chapa 1 defende que a ADUFSCar não seja uma correia de transmissão de partidos políticos.

 

Ao mesmo tempo, a Chapa 1 diverge frontalmente dos que pretendem a ‘partidarização’ da ADUFSCar, com a prática de um ‘sindicalismo ideológico para a construção de uma sociedade socialista, através da revolução’ (como defendem nossos opositores – acessar a fala da oposição em https://pt-br.facebook.com/EnfrenteJuventudeEmMovimento/?ref=page_internal). Essa não é tarefa de um sindicato, mas sim de partidos políticos que advoguem essa tese. A ADUFSCar tem que continuar atenta às questões específicas do professorado, em defesa de uma educação pública gratuita de excelência, crítica e transformadora.

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